Consciência vibracional de luz: a relação entre seu ser e sua cura


Ilustração: Henrique Vieira Filho

Expedito Nobre Braga – CRT 23626

Em 22 de janeiro de 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como um “estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”; enquanto que a constituição da República Federativa do Brasil (CF – 88) entende saúde como um direito de todos e dever do Estado brasileiro, ou seja, como um direito de cidadania. 

O que une os dois entendimentos a respeito deste conceito é que ambos transcendem a percepção de saúde meramente física e individualizada, estendendo-o para instâncias psicológico-emocionais do ser, inserindo-o no contexto sócio-político-econômico de um povo. Além disso, o conceito da OMS percebe a importância de uma “saúde espiritual”, o que não deve se confundir com os aspectos religiosos de cada indivíduo. 

Tais entendimentos acerca do conceito de saúde contemplam, de maneira adjacente, a perspectiva da terapêutica holística transpessoal, pois trata o processo de cura como uma promoção social. Por isso, o trabalho de um terapeuta holístico transpessoal, isto é, o meu trabalho, é levar aos pacientes, que cruzam suas histórias de vida com a minha, a percepção de que nossa promoção de cura acontece quando tomamos consciência de nosso ‘ser no mundo’, isto é, quando enxergamos que devemos ser agentes de nossa cura e que, para tal, precisamos caminhar de maneira reflexiva em busca do profundo entendimento da nossa condição existencial.  Tal conscientização é holística, pois clarifica seu ser como sendo um ser de relações e que, em tais relações, potencializa-se nesta realidade. 

Mas, o que isso quer dizer? 

No meu trabalho de atendimento terapêutico parto do seguinte fundamento: a consciência humana é estruturada de maneira estratificada, isto é, há níveis de consciência de si no mundo, a saber: a consciência física do mundo (o que a filosofia moderna denominou Antropologia), que nada mais é do que a consciência mais básica de si, aquela que te diferencia de toda realidade fora dela, ou seja, como indivíduo, dotado de razão e emoções próprias e diferenciadas de todas as outras razões e emoções que coexistem na realidade. 

Um segundo nível de consciência é a emocional, isto é, aquela que percebe a melhor maneira de individualizar-se para além de tudo o que se apresenta na realidade, ou seja, que se percebe não apenas como um ser individualizado do todo, mas também particularmente diferenciado desse todo. Por fim, temos a nossa consciência mais profunda: a espiritual. 

Esta consciência percebe a si mesma como um ‘ser de liberdade’, já que é aquela que nos põe em relação com toda a realidade, seja ela microscópica ou cósmica, fazendo com que nos aprofundemos em nós mesmos a partir de tudo o que nos cerca; tal ligação é, em última instância, informacional e emocional. 

Uma terapêutica holística deve caminhar rumo a esta unidade totalizadora da consciência: o processo de cura deve processar-se em todos estes níveis de percepção de si e de si para o mundo. 

Por isso, no processo holístico que desenvolvo, espiritualidade não deve ser confundida com religiosidade: espiritualidade se relaciona com o universal, ou seja, com o cósmico, que nada mais é do que aquilo que influencia o todo da realidade, tendo sua existência percebida em tal processo relacional. Já a religião implica apenas uma particularidade deste processo. Assim, defino o ser humano como sendo uma consciência que se percebe nas outras consciências e não isoladamente, pois só somos o que somos no todo.  

Além disso, defino meu trabalho terapêutico como transpessoal, pois deve ser uma ação de reorganização energética através de processos que transcendem o próprio organismo físico e consciencial de cada um, através do acesso daquilo de mais fundamental e, ao mesmo tempo, de mais sólido que nos sustenta íntegros: nosso relacionamento íntimo com a totalidade cósmica, ou seja, a porção universal de nossa espiritualidade. Ao atingir tal estado – o qual se denomina consciência de luz – o paciente passa a ser agente de sua cura. 

Desta maneira, a transpessoalidade é um convite à reflexão, pois é o “movimento” que leva a uma iluminação do que somos perante o todo, a partir de uma consciência mínima, físico-química, do que somos no todo. Aqui, nosso ser emocional é o mais importante: é a maneira como nos percebemos emocionalmente que facilitará ou dificultará – e ainda poderá inviabilizar – todo o movimento que nos levará à cura através de uma consciência de luz.  

Além disso, este processo terapêutico pode caminhar juntamente ao processo alopático, isto é, a medicina tradicional e sistêmica, apoiando – o. Assim, não há uma rivalidade de tratamento, mas apenas uma completude. 

Posso dizer que essa terapêutica é mística? 

Não. Partimos agora para demonstração de como este caminho tomado em direção à consciência de luz não é místico, mas pautado em pesquisas e experiências reais em diversos campos epistemológicos do conhecimento humano.  

Em geral, aprendemos ao longo da vida que o corpo humano é uma complexa máquina biológica, constituída por aparelhos igualmente complexos, que funcionam de maneira interdependente, sendo – tal máquina – constituída por unidades autônomas e minúsculas denominadas células. 

Já as células, por sua vez, são as menores unidades constituintes dos nossos tecidos e órgãos, definidas como um “emaranhado bioquímico”, isto é, uma unidade quimicamente constituída de maneira a desenvolver suas funções primordiais em quaisquer partes do organismo vivo, como por exemplo, obtenção de energia para vivermos. 

Por isso, podemos afirmar que uma célula é tipicamente entendida a partir de suas funções básicas e fundamentais, que a caracterizam como sendo uma unidade autônoma, mas também podem ser caracterizadas a partir de sua localização no organismo vivo, já que sua “especificidade geográfica” definirá como a célula se desenvolverá para cumprir algumas funções que são específicas ao sistema do qual faz parte. 

Na idade adulta, o ser humano possui, em média, entre 50 e 100 trilhões dessas unidades autônomas; sendo que apenas cerca de 10% deste total estará fixada em algum tecido ou órgão; outros 40% não constituem aparelhos sistêmicos, isto é, tecidos e órgãos, pois formam partes não sólidas do organismo, como o sangue e a linfa. 

Já os outros 50% das células de um indivíduo adulto são bactérias que habitam, principalmente, o sistema digestório e que mantêm uma relação benéfica com o organismo, quando nosso sistema está em estado de homeostase, que nada mais é do que a condição de relativa estabilidade que o organismo necessita para realizar suas funções adequadamente. 

Assim, todas estas unidades, mesmo aquelas que não são, tecnicamente, nosso ser (as células bacterianas), estão em algum nível de relação, ou seja, de maneira direta ou indireta estão influenciando o estado de saúde uma das outras. A homeostase é fruto destas estabilidades individuais no todo orgânico. 

Desta maneira, percebemos quão diminutas são estas “fábricas bioquímicas”: cerca de 20 micrômetros de diâmetro! Em termos de comparação e entendimento, se alguém conseguisse enfileirar cerca de 1.300 células do tecido estomacal, por exemplo, precisaria apenas de um espaço de 2,7 centímetros de comprimento! 

É no interior destas unidades que as atividades do corpo acontecem: tudo aquilo que denominamos metabolismo são eventos bioquímicos internos a elas. Todo esse tamanho quase inalcançável por nossa percepção ainda abriga pelo menos uma dúzia de estruturas (as organelas celulares) que comportam tais eventos, a uma velocidade inimaginável. 

Voltemos para a generalidade: é neste ponto que a maioria de nós para com as divagações acerca do universo de acontecimentos que possuímos no nosso interior, pelo fato de não conseguirmos mais construir conexões seguras e comparações confiáveis entre os eventos do nosso mundo cotidiano (macroscópico) e este mundo celular e bioquímico (microscópico). 

Logo, em linhas superficiais, percebemos nosso corpo como um organismo, constituído por sistemas interdependentes formados por órgãos e tecidos, que, por sua vez, são constituídos pelas células, as quais funcionam como verdadeiros “caldeirões bioquímicos” e são responsáveis por nos fornecer a energia vital necessária para nos mantermos íntegros até o momento que alguma condição cause um desarranjo momentâneo na harmonia deste complexo, deslocando-o a um estado de adoecimento, ou mesmo até o desequilíbrio máximo do corpo físico: a morte. 

O químico P. W. Atkins escreveu, em sua obra intitulada “Molecules”, que “um ou dois átomos podem transformar um combustível em veneno, mudar a cor, tornar comestível uma substância não comestível ou substituir um odor pungente por um aroma agradável”. O fato de a mudança de um simples átomo produzir consequências como essas é o prodígio do mundo químico”.  

Nesta perspectiva, é no nível químico que a harmonia ou desarranjo orgânico surge, ou seja, são os fenômenos químicos internos das células que explicam os processos de saúde e de doença, e que estes estados nada mais são do que processos de equilíbrio e desequilíbrio bioquímico, respectivamente. Neste contexto, entendemos porque todas as últimas “revoluções científicas no campo das ciências médicas” estão essencialmente relacionadas à busca de um equilíbrio bioquímico e molecular do nosso organismo. 

Tal fenômeno químico é grandioso, mas suscita uma pergunta óbvia: como nosso organismo “sabe” qual o momento e qual a molécula ou parte da molécula que deve ser modificada para que a consequência fisiológica seja aquela esperada por este mesmo corpo? Tal questionamento surge, pois a complexa acuidade necessária para o processo esbarra, no sentido inverso, na imensa possibilidade de termos grandes consequências negativas para o organismo, caso um erro mínimo aconteça num processo bioquímico necessário à manutenção de nossa energia vital saudável. 

Pelo apresentado, e levando em consideração que nosso corpo é apenas um complexo sistema bioquímico, facilmente aceitaríamos o argumento de que uma doença é, em suma, apenas um “mau passo” destes processos químicos, seja ele por alterações orgânicas causadas por vírus e/ou bactérias estranhas ao nosso organismo, ou ainda, fruto de uma degradação do próprio organismo, ocasionada por estilos de vida mais sedentários e/ ou rotinas alimentares muito calóricas e pouco energéticas, por exemplo. A partir disso, poderíamos focar nossa resposta ao questionamento apresentado na relação entre a energia que conseguimos fabricar no interior de nossas máquinas celulares e como esta energia química é utilizada nos sistemas corporais. 

Porém, muitos médicos e pesquisadores perceberam, ao longo das últimas décadas, que a visão bioquímica da nossa 

saúde não é suficiente para entendermos os processos envolvidos na homeostase orgânica, em sua totalidade. Entre estes profissionais encontra-se o doutor e escritor Deepak Chopra, que ao longo de sua carreira preocupou-se com a visão médica reducionista acerca do organismo humano. Para profissionais como Dr. Chopra, este caminho conceitual de corpo é assentado na história das ciências médicas e limitado por seu próprio campo epistemológico, isto é, a limitação do conceito bioquímico de corpo é a limitação das ciências químicas em relação ao entendimento do que seja um organismo saudável. Para o autor, devemos deslocar nossas pesquisas em direção à outra ciência natural: a Física e, em especial, a Física Subatômica. 

O Dr. Chopra relata na obra Quantum healing: exploring the frontiers of mind/body medicine: “O mecanismo de cura está em algum lugar nessa abrangente complexidade […] Não existe um órgão de cura. Então, como o corpo sabe o que fazer quando ocorre um problema? A medicina não tem uma resposta simples. Qualquer um dos processos envolvidos na cura de um corte superficial – a coagulação do sangue, por exemplo – é incrivelmente complexo, tanto que, se o mecanismo falhar, como acontece com os hemofílicos, a ciência médica avançada não sabe como fazer para reproduzir essa função. O médico pode receitar remédios para substituir o fator coagulante que falta no sangue, mas eles são temporários, artificiais e provocam inúmeros efeitos colaterais. Faltará o tempo perfeito do corpo, bem como a soberba coordenação de uma dúzia de processos relacionados. Fazendo uma analogia, uma droga feita pelo homem é como um estranho numa terra onde todos são parentes consanguíneos. Ele jamais partilhará o conhecimento com o qual todos já nascem”.  

Nesta linha de pensamento, cito novamente P. W. Atkins, que nos alerta a ligação entre a química e a ciência física: “Por um lado ela lida com a biologia e fornece explicações para os processos da vida. Por outro, entra no terreno da física e busca explicações para os fenômenos químicos das partículas e processos fundamentais do universo”. 

Este deslocar-se na pesquisa, que uma leva de pesquisadores já pratica, a saber, do campo da química para o campo da física subatômica, tem o intuito de explorar experimentalmente dois dos conceitos mais importantes para esta área de conhecimento em relação à bioquímica: Energia e Informação. Quando imaginamos o que é uma informação no interior de nosso organismo, mais facilmente visualizamos este fenômeno como sendo um “comando químico” e lembramo-nos de interessantes técnicas desenvolvidas por nosso organismo, como, por exemplo, o complexo sistema chave-fechadura, que consiste na maneira como nossas enzimas atuam como catalisadores orgânicos, acelerando reações bioquímicas vitais para nossa saúde física e mental. 

Em geral, entendemos que informação é algo que beira o abstrato e não tem um representante físico na realidade, algo como pedir para alguém comprar flores: não é na ação de comprar que reside a informação, mas apenas na sintaxe linguística dos interlocutores, isto é, reside apenas no entendimento do comando e em mais nada. Não há materialidade relacionada a uma informação. 

Porém, como relata Peter Fraser, Harry Massey e Joan Wilcox, na obra Decodificando o corpo bioenergético: a base da ciência médica no futuro, há físicos que acreditam, através de resultados teóricos e experimentais, que uma informação é “um tipo sutil de substância subjacente à matéria física” e ainda acrescentam que “teóricos pioneiros veem a informação como uma força condutora e organizada da natureza, uma força que cria ‘sistemas’”, isto é, cria algo que processa informações. 

Logo, estes teóricos sustentam a ideia de que é a informação que cria sistemas e também é criada por eles; tal ideia é sustentada por estes físicos através da escala na qual visualizam sistemas, isto é, para FRASER, MASSEY e WILCOX: “à medida que descemos na escala de um sistema, investigando cada vez mais profundamente, encontramos padrões dentro de padrões. Os sistemas parecem imprimir em si mesmos informações sobre esses padrões, de modo que se pode afirmar que são dotados de “memória””.  

Esta visão conceitual de informação é sistêmica e poderia levar luz para grandes incógnitas das ciências médicas contemporâneas, como por exemplo, o mistério que ronda a maneira como as células embrionárias ou as células-tronco sabem como devem se comportar, de acordo com o micromeio no qual estão submetidas, pois tal visão percebe a informação como uma entidade material capaz dirigir energia e afetar a memória.  

Esta passagem do mundo químico para o mundo da física subatômica é, na perspectiva dos pesquisadores citados, um movimento essencial para entendermos que o conceito bioquímico de corpo, logo, o conceito bioquímico de vida é uma parte de um todo denominado conceito de vida e deve ser limitado para que nosso entendimento acerca da nossa própria complexidade evolua, e que nossa maneira de lidarmos como nossa saúde também evolua. Para FRASER, MASSEY e WILCOX: “A física dá suporte a química e até a orienta. Assim, para entender o que realmente ocorre no corpo, é preciso entender alguma coisa a respeito do que acontece no nível da menor escala conhecida: a dos elétrons, prótons, fótons e quarks – todo o “zoológico de partículas” da física quântica. […] As partículas quânticas fundamentais – “fundamentais” significando aqui que não são constituídas de partículas menores […]”. 

Esta física que suporta nossa química é a quântica. Por não ser foco deste capítulo, os pormenores teóricos que relacionam tais áreas não serão abordados. O que importa para o objetivo deste é percebermos como muitas funções vitais não são totalmente explicadas apelas pela mecânica química do organismo e que há pesquisas indicando que tal limitação teórica é apenas por tomar uma parte do corpo (sua química) como sua totalidade. 

Em termos biológicos, o questionamento que fica é o seguinte: como essa relação entre informação (como substância sutil), energia (a totalidade de energia que perpassa nosso organismo) e matéria (nosso organismo propriamente físico) e como estas “entidades” se conectam como fontes de um organismo sadio? As buscas mais recentes estão pondo no centro da discussão o pilar energético.  

Há décadas, os pesquisadores já demonstraram que nosso corpo físico pode ser entendido como um emaranhado de energias, que permitem as mais variadas funções vitais. Dentre todas estas, a energia eletromagnética é aquela que desperta mais interesse da comunidade de “biofísicos da informação”. Ela é uma força que reúne a energia elétrica e magnética, estando no front dos estudos acerca da influência quântica nos organismos vivos. É esta energia que permite exames como o eletroencefalograma ou ainda eletrocardiograma, que exploram, respectivamente, o estado do cérebro e do coração. 

Para o físico Mark Buchanan, “as partículas quânticas [partículas que compõem as forças eletromagnéticas do nosso organismo] talvez assumam seu comportamento em virtude das informações que transportam”. Outros autores ainda apontam para esta mesma direção em relação a nossa consciência, definindo-a como um “emaranhado quântico de informações que podem ser transferidas por fenômenos quânticos e sustentam uma rede de percepção que pode perceber-se e ser percebida ao nível macroscópico”. 

Já na década de 1970, o biofísico Fritz-Albert Popp iniciou seus estudos em relação à comunicação quântica das células e cunhou o termo biofóton, que seriam “pacotes de luz” provenientes das nossas células. Popp descobriu que as células cancerígenas emitem luz diferente da luz emitida por células saudáveis. Já se sabia acerca das emissões de luz pelas células vivas antes desta pesquisa, mas foi este pesquisador que percebeu que o sinal luminoso de células doentes são diferentes daqueles emitidos por células sadias. Esta diferenciação é feita através de uma espécie de embaralhamento deste sinal luminoso próprio da célula, na frequência de 380 nanômetros. Assim, o biofísico concluiu que os compostos cancerígenos bloqueiam a informação da frequência específica que as células utilizam para seus processos de reparação.  

Esta energia luminosa produzida no interior das células sadias é denominada luz coerente. Esta rede energética é 

sustentada pelos sistemas informacionais quânticos específicos e produz campos coerentes. Tais campos foram pesquisados pelo bioquímico Albert Szent-Györgyi, em meio a sua pesquisa acerca do fenômeno denominado ressonância. Neste contexto, o conceito de ressonância se refere às frequências compartilhadas dentro de um sistema informacional. A pesquisa de Szent-Györgyi mostrou que a transferência de energia ao longo do organismo é mediada por osciladores emparelhados, que nada mais são que estruturas isoladas que se unem para trabalharem juntas como um sistema único, como os pêndulos de relógios de parede. Para pesquisadores da bioenergia, Szent-Györgyi considerou a possibilidade das células do corpo funcionarem de acordo com a ressonância. Esses movimentos criam campos eletromagnéticos que enviam energia e informações para cada parte do corpo. 

 Diante de tudo apresentado acima, meu trabalho se pauta no seguinte conceito de célula: estruturas complexas que formam unidades inteligentes que se comunicam através de uma rede de informações, que as fazem relacionarem-se intimamente com outras células, formando a complexidade informacional sistêmica do nosso organismo, e também com o meio ambiente.  

Esta interação com o meio ambiente é essencial para entendermos como ocorrem mudanças nos genes que formam o material genético contido no núcleo das células, que não são 

causadas por alterações na sequência de nosso DNA.  Esses tipos de mudanças são importantes nos trabalhos de processo de cura de um câncer, pois são mudanças que atingem o fenótipo celular, ou seja, como eles se desenvolvem a partir das informações genéticas contidas no DNA das células. Estas mudanças podem ser transmitidas entre gerações de células (herança epigenética mitótica); entre gerações de indivíduos (herança epigenética meiótica); e também entre uma geração de indivíduos para outras duas gerações, pelo menos (herança epigenética transgeracional). Isto é importante, pois o processo de carcinogênese é um processo epigenético. 

Já a rede energética de nosso organismo é resultado dos sistemas subatômicos que produzem informações e são produzidas por estas, com o objetivo de conduzir a energia produzida na célula para suas funções específicas. 

 Agora olhemos para fora: pesquisas quânticas não só afirmam que nosso organismo é composto por redes de informações que formam e regulam sistemas e produzem energia, que, por sua vez, formarão a matéria física, mas que também – tais redes informacionais – relacionam-se com uma rede quântica maior – nosso universo cósmico. 

No meu trabalho terapêutico, creio que o cosmo é composto por redes sistêmicas interligadas – os campos coerentes – e podem, de maneira sincrônica e através do 

fenômeno da ressonância, comunicarem-se. Tal contexto é exibido num fragmento da obra já citada, Decodificando o corpo bioenergético: a base da ciência médica no futuro, a saber: “Quanto mais nos aprofundamos, menos substância há no corpo. Os tecidos e os órgãos dão lugar a moléculas e átomos, que quando examinamos detidamente sua natureza, dão lugar a nuvens indistintas de partículas subatômicas, algumas reais, outras virtuais, estas últimas surgindo do nada e retornando ao nada após um sopro de existência”.  

E qual a relação entre o nível existencial que nos percebemos e o processo de cura? 

É nestes níveis mais profundos que o movimento vibracional de nossos corpos energéticos ocorre, isto é, o trabalho de realinhamento energético e vibracional acontece. Em outras palavras, é este nível mais nebuloso da existência que favorece a autocura a partir de uma consciência de luz, ou seja, a remissão espontânea de tumores. 

 Aqui, como já afirmado, meu trabalho assume contornos metafísicos, mas não místicos. Em terapia, estímulo o paciente a perceber que há duas instâncias principais da existência: a instância física, do corpo biológico, que possui a bioquímica como base; e aquela energética, possuindo como base teoria da energética quântica vibracional. 

Entendo que nossa fisiologia é sustentada por uma complexa rede de informações e energias, que são campos vibracionais de informação, surgindo à medida que o corpo se desenvolve. A denominação de corpo energético vibracional é utilizada para resumir em termo um conjunto de fatores não físicos que formam e desenvolvem nosso ser físico. Aqui estamos no nível transcendental do ser no mundo, também denominado espiritual. 

 Como já relatado, minha maneira de interagir com o paciente é holística, pois não desconsidera nenhum dos pressupostos apresentados, ou seja, não há qualquer possibilidade de desenvolvimento de um trabalho holístico sem o trabalho da medicina alopática ou bioquímica. Desde já, esclareço que não há a menor possibilidade de desencorajamento do paciente de sua ida aos médicos relacionados ao seu processo de cura ou menos ainda aos tratamentos exigidos. 

 A instância energética vibracional de nosso ser será denominada de corpo vibracional, ou seja, suas redes de comunicações quânticas com o corpo físico, o que influenciará diretamente no processo de cura do paciente, isto é, é no movimento vibracional que surge o fenômeno da ressonância, que nada mais fará do que recolocar seu corpo físico na sintonia energética dos seus corpos vibracionais (suas redes de informações), culminando num processo de cura consciente. 

 Mas o que é este corpo vibracional? 

 É uma rede de informações produtora de energias que influenciarão diretamente o corpo físico, através, segundo pesquisas contemporâneas, de um fenômeno denominado eletrodinâmica quântica, que faz com que esta rede produza energia através da vibração. Este corpo é, por isso, auto-organizador, autocorretor e automantenedor e existe de maneira interdependente ao corpo físico. 

 E qual a real ligação desses corpos? 

 Quando um ser vivo surge na existência, ou seja, no momento de sua fecundação, o corpo vibracional também vem a existir e sustenta a existência do ser fecundado, através de sua energia produzida no campo informacional recém-limitado. Nesta rede de informações subjacente à matéria surgem as matrizes de luz de todas as células, tecidos e órgão dos sistemas orgânicos, à medida que este vai se desenvolvendo. Nestes canais informacionais os órgãos vão surgindo, primeiramente no nível quântico e finalmente no nível físico. 

 Tais matrizes de luz são como negativos dos sistemas orgânicos. Por exemplo, quando uma fotografia se deteriora, pela ação excessiva da luz Sol sobre elas, podemos replicá-las através de seu negativo – ou mesmo do arquivo digital em nuvem – por ser uma espécie de holografia da imagem original, pois não são afetadas pelas mazelas da fotografia revelada. 

Desta maneira, as matrizes de luz surgem das redes informacionais dos campos cósmicos no momento da existência de um ser e irão produzir o corpo energético vibracional, que, por sua vez, sustenta, através de sua rede de informações e energias, e de maneira ressonante, seu corpo bioquímico.  

Ao longo da minha carreira de terapeuta holístico transpessoal, percebi que uma doença como o câncer surge em algum nível deste conjunto de redes informacionais energéticas que formam o que denomino corpo vibracional.

 Este corpo que vibra em ressonância ao corpo biológico é formado de forma sincrônica a este e liga-o a suas matrizes de luz. Por meio de comparações holográficas, ou seja, da percepção da maneira como a matriz de luz de um órgão específico faz surgir seu positivo físico na região específica desse órgão físico em relação ao corpo vibracional, percebo onde está o “erro informacional e energético” da frequência da luz que emana nas células daquele órgão. A partir disso, e através do movimento energético, isto é, da vibração, realoco e reorganizo a fonte de energia matricial de luz para, por consequência, reorganizar o corpo físico. 

 Como analogia a esta etapa do meu trabalho, visualizemos a seguinte situação: sua internet residencial está conectada, mas sem acesso a rede mundial de computadores. O primeiro passo que as empresas fornecedoras deste serviço nos orientam a fazer nesta situação é reiniciar o moldem, que nada mais é do que destravar suas portas de entrada para que o caminho do fluxo de energia volte a fluir de maneira correta. 

Este problema acontece principalmente quando temos “picos de luz”, ou seja, quando a rede elétrica recebe mais energia do que o padrão, o que pode gerar sobrecargas nos aparelhos eletrônicos que estiverem ligados nas tomadas. Com esta sobrecarga, os moldes acabam “se perdendo” e as portas são travadas, impedindo que o sinal de internet seja distribuído para outros aparelhos. A reorganização consiste numa forma do sistema interno do moldem permitir acesso, a seu estado mais fundamental, ao sistema gerador do sinal. 

 A reorganização ocasionada pelo processo terapêutico que desenvolvo tem como objetivo o alcance do paciente a uma consciência de luz, que o fará ser, a partir desse momento, não mais paciente, mas agente ativo no seu processo de cura. Logo, este processo terapêutico desenvolvido visa uma conscientização da doença em todas as suas perspectivas, pois será associada aos outros tratamentos desenvolvidos, como os alopáticos, os nutricionais, os emocionais e os psicológicos, levando o paciente a entender-se de maneira integral, como uma unidade única formada de corpos que iniciam sua existência apenas em realidades quântico-holográficas e culmina em sua unidade física. Tais corpos ou instâncias existenciais coexistem e se influenciam mutuamente. 

 Finalmente, ao perceber seu caminho de cura, o paciente também aprende a se perceber, a se tratar bem, a cultivar bons sentimentos para o desenvolvimento de boas informações, que 

sustentarão redes de energia que carregarão seu organismo a uma homeostase holística transpessoal, isto é, a uma estabilidade energética, vibracional, e emocional também espiritual e não apenas física ou orgânica. 

 Assim, cura, neste contexto, não é uma luta ou mesmo uma batalha que visa seu restabelecimento físico, mas apenas uma readequação do seu caminho espiritual e energético, que acarretará um desbloqueio de seu fluxo de informações nos seus corpos vibracionais, o que, por sua vez, culminará numa consciência de luz – a unidade de percepção total de si – que, invariavelmente, fará com que seu corpo orgânico cure-se. 

Então, a cura não é guerra, mas contemplação e conscientização. Doença é um estado de desregramento de seus corpos, mas não de suas matrizes, ou seja, não de seu estado existencial mais fundamental, que nutre continuamente suas instâncias existenciais, mas não se afeta por tais corpos, pois se energiza nos campos cósmicos universais.  

 Em suma: Admoestar distorções no corpo vibracional por meio da energia de luz matricial de seu sistema orgânico auxiliará a reconduzir o corpo físico ao equilíbrio, isto é, a vitalidade, pois creio que “[…] sintomas de doença, seja física ou emocional, surgem primeiro não no corpo físico, mas como distorções ou bloqueios da energia e informações subjacentes ao corpo bioenergético”. GRATIDÃO. 

Referências:

ATKINS, P. W. Molecules. Nova York: W. H. Freeman and Company, 1987. 

BUCHANAN, Mark. Beyond Reality: Watching Information at Play in the quantum world in throwing physicists into a flat spin. New Scientist, 1998. p. 26. 

CHOPRA, D. Quantum healing: exploring the frontiers of mind/body medicine. Nova York: Bantam Books, 1990. 

FRASER, P. H. MASSEY, H. WILCOX, J. P. Decodificando o corpo bioenergético: a base da ciência médica do futuro. Trad. Sandra Luzia Couto. São Paulo: Pensamento, 2010. 

POPP, Fritz-Albert. BELOUSSOV, L. Integrative biophysics: Biophotonics. Holanda: Kluwer Academic Publishers, 2003.