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O Floral De Bach – White Chestnut

Henrique Vieira Filho - Terapeuta Holístico - CRT 21001

As incríveis “coincidências” (Teoria Junguiana da Sincronicidade) entre as lendas, os nomes populares e científicos de cada planta e a sua utilidade como Floral torna o aprendizado lúdico e prático. A essência  de Bach, White Chestnut, por exemplo, tem seu significado mais facilmente memorizado se pensarmos na lenda de Prometeu.

Neste mito, o titã Prometeu, que, castigado por Zeus por ter roubado o fogo dos deuses e o ensinado aos humanos, permaneceria eternamente acorrentado a uma montanha, com aves de rapina devorando-lhe o fígado, o qual se regenerava, dando reinício aos suplícios.

A essência Floral de Bach de nome White chestnut é obtida da flor do Castanheiro da índia branco (Aesculus hyppocastanum) e relaciona-se, ludicamente, com o personagem da lenda acima, além de várias outras sincronicidades pertinentes.

Na China antiga, o Castanheiro correspondia ao outono e ao Oeste, sendo plantado sempre voltado para essa direção. Simboliza a Previdência, pois seu fruto serve de alimento durante o inverno.

Aliás, Aesculus pode significar “bom para sustento”, ou ainda, “carvalho”, ou, indo mais além, Esculápio (do latim AEsculapiu e do grego Asklepiós, que recebeu a terapêutica do centauro Quíron). Hippocastanum seria castanha de cavalo.Acreditavase que essa planta tratasse qualquer distúrbio dos cavalos, símbolo inseparável do cavaleiro, com o qual muitas vezes se alterna ou se funde, como nos centauros. O cavalo representa o psiquismo inconsciente, das sombras e da luz, transportando o homem aos mistérios inacessíveis à razão.

Diferentemente do floral Chestnut bud, que se origina da mesma planta, mas obtido de um botão a desabrochar, o White chestnut é extraído das maduras flores brancas e cremosas, salpicadas de pontos amarelos. Agora o Esculápio já e um deus e o cavalo deve ser entendido no seu lado luminoso, branco. Esta cor, ora a ausência das cores, ora a somatória delas, quando associada ao cavalo pode significar às vezes a brancura lunar, pálida, fria, fantasmagórica, anunciadora das catástrofes, como a do cavalo do Apocalipse. Outras vezes, o branco pode ser solar, ofuscante, representando aí a beleza vencedora, o domínio do espírito sobre os sentidos, montaria dos deuses, dos heróis, dos santos e dos avatares, tal como Pégaso.

A princípio, a identificação com o cavalo faz do homem um monstro centauro, apegado aos instintos animais. Entretanto, se isto se dá com um cavalo branco e alado, representa a imaginação criadora e sua elevação real. Belerofonte, herói-relâmpago, guiado por Pégaso, triunfa sobre a Quimera, símbolo dos desejos que a frustração exaspera e transforma em fonte de padecimento. Segundo Paul Diel, a Quimera é uma deformação psíquica, caracterizada por uma imaginação fértil e pensamentos incontroláveis “… exprime o perigo da exaltação imaginativa”. Do mesmo modo, o tipo White chestnut está sempre atormentado por um diálogo interno torturante, o qual não consegue controlar e que atrapalha seus afazeres, seu descanso, e que leva a uma grande tensão mental. Na definição de Mechthild Scheffer, ele “…quer compreender tudo o que aparece, e, então, vê-se incapaz de integrar coisa alguma…”. Esta situação poderia ser chamada de Complexo de Prometeu, cujo nome significa “o pensamento que prevê”. Sua saga só se completa com a morte de Quíron, o centauro, ligado à simbologia do castanheiro não só pelo aspecto cavalo, como por ser o mentor de Esculápio. Ele abre mão da sua imortalidade em favor de Prometeu, para que possa morrer e fazer cessar os seus tormentos, o que corresponde à sublimação do desejo. Os pensamentos que ocupam insistentemente o individuo White chestnut o impedem de tomar contato com a orientação do Self, o seu “Eu Superior”. Mais sincronicidades temos nos chamados cavalos dos cultos afros, que se vestem de branco, e, temporariamente, inibem os pensamentos do ego, permitindo a manifestação direta do inconsciente.

O zazen é uma técnica de meditação que consiste num treino de desapego. Deve-se permitir que os pensamentos passem livremente sem que se prenda a atenção a nenhum deles. Essa “limpeza” possibilita o acesso a informações do inconsciente. Na China, essa técnica foi propagada por Matso, que significa “cavalo novo, potro”. Os sabores amargofresco e picantefresco das castanhas e ácido-fresco e amargo-fresco das cascas possuem um tropismo para os distúrbios Terrayang (distúrbios de aprendizado, problemas com circulação nas pernas) e Madeira-yang (problemas de circulação e da próstata, ansiedade, dores de cabeça havia a “simpatia” de carregar três castanhas por três dias para este fim).

 


Henrique Vieira Filho - Terapeuta Holístico - CRT 21001Henrique Vieira Filho – Terapeuta HolísticoCRT 21001, é autor de diversos livros da profissão, ministra aulas na CEATH – Comunidade de Estudos Avançados em Terapia Holística.  contato@sinte.com.br (11) 3171-1913

Este artigo baseou-se no livro:

Florais de Bach – Uma Visão Mitológia, Etimológica e Arquetípica

Autor: Henrique Vieira Filho
Editora Pensamento
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Henrique Vieira Filho Administrator

Henrique Vieira Filho é artista visual, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “Sociedade Das Artes” (SNIIC: SP-21915), diretor de arte, produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTB 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP) e terapeuta holístico (CRT 21001).

http://lattes.cnpq.br/2146716426132854

https://orcid.org/0000-0002-6719-2559

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Sobre o Autor

Henrique Vieira Filho

Henrique Vieira Filho é artista plástico, escritor, jornalista e terapeuta holístico. Nas artes, é autodidata e seu estilo poderia ser classificado como surrealismo figurativo. Por mais de 25 anos, esteve à frente da organização da <strong>Terapia Holística</strong> no Brasil, sendo presença constante nos meios de comunicação. Elaborou as normas técnicas e éticas da profissão, além de ser autor de dezenas de livros e centenas de artigos, que são adotados como referência em vários países.
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