Artigos Mais Lidos
Escuta Psicanalítica - Modelo: Rilda - Arte Digital: Henrique Vieira Filho

Maximizando seu atendimento com a inclusão da Psicoterapia

Aconselhamento Na Terapia Holística

Maximizando seu atendimento com a inclusão da Psicoterapia


Henrique Vieira Filho

Terapeuta HolísticoCRT 21001

http://lattes.cnpq.br/2146716426132854

https://orcid.org/0000-0002-6719-2559

Resumo:

A Psicoterapia é parte integrante do atendimento na Terapia Holística e um de seus maiores diferenciais em relação a outras profissões correlatas. 

Uma das formas mais práticas e eficientes de introduzir a proposta em consultórios é a implementação de técnicas básicas de Aconselhamento

Diferente do que popularmente se entende como “dar conselhos”, a conversação terapêutica aplica muito do saber ouvir, pontuando tópicos relevantes com perguntas pertinentes e convites à reflexão. 

A receptividade sem julgamentos e empatia que se desenvolve entre Terapeuta Holístico e Cliente conduz a uma relação terapêutica mais eficaz e mutuamente gratificante, implementando o autoconhecimento e, com este, a maximização da Qualidade de Vida, que é o objetivo maior de nosso trabalho.

 Ouvir Com O Coração – Arte: Henrique Vieira Filho é retratado como Pentheus e sua mãe, em variadas idades, compõem as Bacantes a lhe desmembrar.

Introdução:

A Terapia Holística, ainda que sob outros nomes, existe desde os primórdios da humanidade, tendo na figura dos xamãs-sacerdotes a sua personificação conhecida mais antiga. Desde o princípio, nossa profissão aplicou a devida importância à conversação e à empatia como caminhos para obtenção de melhores resultados terapêuticos. Além de manter-se sempre bons ouvintes, várias técnicas eram acrescidas para ampliar a compreensão do que estava além do alcance das palavras. Neste quesito, fatores subjetivos como os sonhos eram bastante valorizados como portal para o autoconhecimento, sendo a sua interpretação facilitada pela indução a estados alterados de consciência. Os próprios sintomas físicos do Cliente e, até mesmo, os acontecimentos sociais, eram passíveis de análise com estas mesmas técnicas.

Naqueles tempos, o paradigma Holístico reinava absoluto, porém, a partir do século V a.C., sacerdócio e terapia iniciam seu divórcio e a abordagem “científica-reducionista-elitista” cria uma nova personagem, a medicina, nascida antagônica à aborgadem “empírica-holística-acessível” de nossos ancestrais xamãnicos. A Terapia Holística, forçada a se adaptar para sobreviver às fogueiras da inquisição e, mais modernamente, à ditadura do “cientificismo”, mudou várias vezes de nome, fez concessões demais, na tentativa de incorporar a postura reducionista e mecanicista de seus algozes. Simplesmente, focou no físico, ignorou os aspectos sócio-culturais e perdeu a “alma”, desprezando o psíquico e o transcendente, esquecendo do poder do Aconselhamento e demais abordagens Psicoterápicas.

Na virada do século XX, iniciando o XXI, os perseguidos se deram conta que abriram mão demais, pois estavam perdendo justamente aquilo que lhes era o DIFERENCIAL; constataram, atônitos, que tanto cederam aos poderes dominantes, que estavam perdendo sua IDENTIDADE !

Em uma revolução silenciosa, se reorganizaram para resgatar sua herança, sua tradição e o orgulho de ser o que são. Revisitaram as técnicas ancestrais, sem desprezar o que a modernidade acrescentou de bom…

Para o resgate da abordagem Holística, havemos de compensar a ênfase de décadas aos aspectos físicos-objetivos, revitalizando as terapêuticas focadas ao psíquico-subjetivo-transcendente.

A proposta aqui apresentada busca RE-incluir a Psicoterapia no dia-a-dia das técnicas de abordagens somáticas (tais como Acupuntura, Fitoterapia, Terapia Corporal, Cromoterapia, Cristalterapia, etc.). Para tal, convém iniciarmos pelo básico, ou seja, o ACONSELHAMENTO, nome moderno que se dá àquilo que tão bem já praticavam nossos antecessores sacerdotes-xamãs.

Este trabalho é reflexo da experiência pessoal do autor, o qual, de 1982 a 1989, atuou sob o paradigma reducionista-mecanicista com Hipnose, Acupuntura, Auriculoterapia, Shiatsu e, a partir de 1990, integrou técnicas de Relaxamento, Terapia Floral, Psicoterapia Transpessoal (Vivências sobre Sonhos e Acontecimentos, Regressão/Progressão, etc), Psicanálise Reichiana e Junguiana ao seu consultório, iniciando o novo século, crendo-as bem integradas para fazer justiça à sua titulagem de Terapeuta Holístico.

Material e Metodologia:

1. Definição

ACONSELHAMENTO: processo interativo, caracterizado por uma relação única entre Terapeuta Holístico e Cliente, levando este ao autoconhecimento e a mudanças em várias áreas, sendo as mais comuns: comportamento, elaboração da realidade e/ou preocupações com a mesma, incremento na capacidade de ser bem-sucedido nas situações da vida (aumento máximo das oportunidades e minimização das condições adversas), além de conhecimento e habilidade para tomada de decisão. O Aconselhamento é parte integrante do trabalho de todo verdadeiro Terapeuta Holístico, independentemente de quais outros métodos adote.

Na cultura anglo-saxônica, o termo Aconselhamento (“counseling”) é utilizado para designar um conjunto de práticas que são tão diversas quanto as que configuram as práticas de: orientar, ajudar, informar, amparar, tratar. H.B e A.C. English definem o aconselhamento como “uma relação na qual uma pessoa tenta ajudar uma outra a compreender e a resolver problemas aos quais ela tem que enfrentar “.

Um tema que concerne à filosofia do aconselhamento, predomina em toda a literatura anglo-saxônica: a crença na dignidade e no valor do indivíduo pelo reconhecimento de sua liberdade em determinar seus próprios valores e objetivos e no seu direito de seguir seu estilo de vida.

O indivíduo tem um valor em si, independentemente do que pode realizar. Muitas vezes, a pessoa não é consciente ou ignora seu potencial de desenvolvimento. O aconselhamento visa ajudá-la a desenvolver sua singularidade e a acentuar sua individualidade. Mais que uma filosofia que poderia ser interpretada, à primeira vista, como uma forma de individualismo selvagem, todos os grandes textos do aconselhamento fazem referência à responsabilidade da pessoa diante dela mesma, do outro e do mundo em torno dela. O individuo não é nem bom, nem ruim por natureza ou por hereditariedade. Ele possui um potencial de evolução e de mudança. O(A) aconselhador(a) deve considerar o sentido e os valores que o Cliente atribui à vida, às suas próprias atitudes e comportamentos porque quando uma mudança se impõe no contexto de vida, isto pode se chocar com as opções filosóficas da pessoa em questão e ser em si uma causa de dificuldade (ex. : mudança de atitude diante do trabalho, da família, da sexualidade, da morte,…).

Segundo Catherine Tourette-Turgis, “o princípio de coerência do aconselhamento reside fundamentalmente no fato de que muitas situações da vida são, elas mesmas, causas de sofrimentos psíquicos e sociais, necessitando uma conceitualização e que dispositivos de apoio sejam colocados à disposição das pessoas que as vivem “.

Para ela, “o aconselhamento é uma forma de “psicoterapia situacionista”, isto é, a situação é causa do sintoma e não o inverso. O aconselhamento, forma de acompanhamento psicoterápico e social, designa uma situação na qual duas pessoas estabelecem uma relação, uma fazendo explicitamente apelo à outra através de um pedido (verbalizado) com objetivo de tratar, resolver, assumir um ou mais problemas que lhe dizem respeito… A expressão “acompanhamento psicoterápico” seria insuficiente na medida em que os campos de aplicação do aconselhamento designam muitas vezes realidades sociais produtoras em si mesmas de um conjunto de distúrbios ou de dificuldades para os indivíduos”.

Neste sentido, o aconselhamento responde às necessidades de pessoas que procuram ajuda de uma outra para resolver, em um tempo relativamente breve, problemas que não são oriundos necessariamente de questões profundas (do ponto de vista psicoterápico). Estes problemas podem estar ligados, na verdade, aos empecilhos ou a um contexto específico com o qual elas precisam se adaptar ou aos quais elas devem sobreviver e pelos quais, na maior parte do tempo, a sociedade não as preparou (ex.: traumatismos de guerra, prevenção da aids, desemprego, …) ou não assegura as funções de apoio adequadas em tempo real, ou seja, de imediato.

Existem pontos comuns no desenvolvimento do aconselhamento que podem ser resumidos pela importância dada:

Aos métodos ativos na relação de ajuda;

À crença no potencial de um indivíduo ou de um grupo;

À crença na transformação em um curto espaço de tempo;

Ao estabelecimento de uma relação aonde a autoridade é substituída pela empatia;

A um ambiente facilitador de mudança e de evolução pessoal.

2. Bases do aconselhamento: ATITUDES

2.1 ESCUTAR

A escuta, no aconselhamento, se diferencia daquela que nós experimentamos cotidianamente. Significa uma forma de engajamento em relação ao outro, implicando estar sensível e atento a este.

Escutar não se resume ao fato de captar os conteúdos e os sentimentos que o Cliente expõe. Da mesma maneira, a escuta não é um processo terapêutico em si e não é suficiente para completar o desenvolvimento e realizar mudanças.

A escuta é a competência de base indispensável ao exercício de outras capacidades, como a de reformular os conteúdos de uma entrevista, sentimentos e emoções expressas.

O que é a escuta?

A escuta em aconselhamento, é uma prática que induz imediatamente a um certo tipo de relação entre o(a) aconselhador(a) e o Cliente. Tal experiência de escuta é frequentemente a primeira vivida pelo o aconselhado. Na verdade, ele se sente escutado sem os filtros habituais constituídos pelo julgamento, pela opinião ativa da vida social ordinária, pela avaliação e o análise em certos métodos convencionais.

Os níveis de escuta:

1 – O primeiro nível concerne o que é dito na relação. No entanto, se ficarmos neste nível, a relação não se desenvolve muito e o Terapeuta Holístico fica em posição “de escutar uma história”.

2 – O segundo nível, definido por certos autores como uma “atenção flutuante”, concerne não somente o que é dito mas também o que existe “além das palavras”. O Terapeuta Holístico fica atento às palavras, mas também aos aspectos não-verbais (expressão do rosto, gestos, movimentos dos olhos…) e para-lingüísticos (volume, tom, rapidez…) utilizados pelo Cliente.

3 – Além destes dois níveis de escuta, o(a) aconselhador(a) deve também estar atento ao que ele pensa, às suas próprias emoções, às suas próprias sensações corporais. Pois estes indícios podem lhe servir de indicadores do que se passa na relação e o Terapeuta Holístico pode utilizá-los como uma espécie de “caixa de ressonância” do desenvolvimento da relação.

Perguntas que o Terapeuta Holístico pode se fazer:

Eu sou capaz de escutar o que a pessoa quer me dizer sem me sentir em perigo ?

Por que sinto certas dificuldades ao escutar pessoas que provocam em mim sentimentos excessivos e perturbam minha escuta ?

Até onde eu posso escutar alguém mantendo-me neutro ?

Reflexões:

Frequentemente é difícil escutar o outro porque evito escutar o que se passa em mim mesmo.

As mensagens contraditórias da minha comunicação podem parasitar minha escuta.

2.2 ACEITAR

A aceitação é uma atitude fundamental no aconselhamento. Comunicar sua aceitação implica que todas as atitudes e os comportamentos verbais e não verbais do profissional indicam à pessoa que alguém está tentando compreendê-la, aceitá-la completamente.

A aceitação é, algumas vezes, mais importante que a compreensão. A pessoa tem antes de tudo a necessidade de ser aceita como ela é, como se sente, como diz que se sente antes de poder explorar a mudança. Frequentemente, no momento de um evento desequilibrante, a pessoa descobre que a aceitação que acreditava ter conquistada, de tal ou tal pessoa à sua volta, na verdade, não era real. Por exemplo, as pessoas soropositivas viram-se, quase sempre, confrontadas com o luto do amor incondicional dos seus. A confrontação de uma deficiência, em função das angústias que ela suscita, reduz a capacidade de aceitação de pessoas que estão em volta e que têm dificuldades de se confrontar com o sofrimento da pessoa, mantendo-se distantes.

Como manifestar seu grau de aceitação?

Ajudando a pessoa a restaurar a auto-imagem e a auto-estima,

Ajudando a pessoa a desenvolver uma maior aceitação de si mesma (frequentemente as pessoas são muito severas com elas mesmas: por exemplo, elas não se autorizam ao repouso, elas se sentem culpadas de estarem com problemas…).

Perguntas que o Terapeuta Holístico pode se fazer:

Sou capaz de aceitar totalmente a personalidade do outro, em uma relação de Conselho?

Por que, algumas vezes, aceito certos comportamentos de uma pessoa e desaprovo totalmente outros ?

Como posso comunicar minha aceitação em relação aos sentimentos do outro ?

Se eu desaprovo uma pessoa, o que faço ?

Reflexões:

Posso me sentir ameaçado (a) por certos comportamentos de uma pessoa: é importante que eu aceite meus próprios sentimentos em relação à esta para em seguida desenvolver minha aceitação em relação a ela.

2.3 AUSÊNCIA DE JULGAMENTO

O julgamento é um obstáculo na progressão da relação de ajuda. Ele bloqueia a capacidade do outro de se responsabilizar, já que o mantêm na dependência deste. A relação de Conselho deve se estabelecer sem julgamento de valor.

Perguntas que o Terapeuta Holístico pode se fazer:

Eu posso reduzir o receio que a pessoa tem de ser julgada ?

Até onde posso trabalhar minha falta de julgamento ?

Por que o julgamento positivo pode ser tão ameaçador quanto o julgamento negativo ?

Reflexões:

É difícil liberar uma pessoa do seu próprio receio de ser julgada pelos outros.

Um julgamento positivo significa que nós avaliamos as capacidades e o valor da pessoa; ela pode deduzir que poderíamos, da mesma maneira, atribuir-lhe um valor negativo.

2.4 EMPATIA

A empatia é uma forma de compreensão definida como a capacidade de perceber e de compreender os sentimentos de uma outra pessoa.

Diferentemente da simpatia ou da antipatia, a empatia é um processo no qual o profissional tenta fazer a abstração de seu próprio universo de referência, mas sem perder o contato com ele, para se centralizar na maneira como a pessoa percebe sua própria realidade. A empatia se resume em uma questão a ser colocada regularmente:

O que se passa, neste instante, com a pessoa que está diante de mim ?

Numerosos trabalhos afirmam que a empatia é fundamental na entrevista e que a qualidade desta está diretamente ligada à experiência do(a) aconselhado(a) e a qualidade do laço terapêutico, independentemente da teoria à qual o Terapeuta Holístico se identifica. Outros estudos (Mitchell, Bozarth, Krauff et Sloan por exemplo) demonstram bem sua importância, mas não a consideram como determinante.

A adoção desta atitude é difícil em certas situações graves que nos forçam naturalmente a nos sentirmos, ao mesmo tempo, afetados, impotentes e que mobilizam em nós, sentimentos como o da injustiça ou o da inquietude. No entanto, uma pessoa confrontada com uma situação difícil precisa em primeiro lugar de alguém presente ao seu lado que a ajude a enfrentar o que ela está vivendo e não uma pessoa que reaja por ela. Pela compreensão empática, o conselheiro ajuda a pessoa a entrar em contato com seus próprios sentimentos e a descobrir o que estes significam.

Como manifestar sua empatia?

Verbalizando o que é percebido na pessoa como emoção dominante,

Pedindo-lhe para nos dizer o que precisaria mais neste momento,

Tentando compreender o ponto de vista da pessoa e o reformulando sem tentar transformá-lo (é por ela mesma que a pessoa, em um segundo momento, modificará seu ponto de vista da situação).

Os efeitos da empatia na relação de cuidados:

Aumento do nível de auto-estima: “é possível então compreender o que eu sinto sem me dizer que eu estou errada de pensar assim”;

Melhora da qualidade da comunicação: “ele não me responde dizendo que ele também pode morrer a qualquer momento, basta por o pé na rua”;

Abertura à possibilidade da expressão de emoções profundas: “é verdade que atrás desta raiva se encontram todos os meus medos”.

Perguntas que o Terapeuta Holístico pode se fazer:

Posso entrar no mundo íntimo de uma outra pessoa e conseguir compreender o que ela sente e o que ela percebe ?

Posso me sentir suficientemente próximo de uma outra pessoa me sentindo ao mesmo tempo diferente e perder toda vontade de julgá-la e de avaliá-la ?

Reflexões:

Pode ser difícil para mim, dizer a alguém como eu a compreendo.

O mínimo de compreensão reformulada, mesmo incompleta, ajuda consideravelmente o outro a avançar na compreensão dele mesmo.

2.5 CONGRUÊNCIA

A congruência pode ser definida como: “o estado de espírito” do profissional de aconselhamento quando suas intervenções durante a entrevista são coerentes com as emoções e as reflexões suscitadas nele pelo Cliente.

Supõe, da parte do(a) aconselhador(a), disponibilidade com relação às emoções e aceitação destas. Na verdade, Carl Rogers desenvolve a hipótese que “a mudança da pessoa é facilitada quando o terapeuta é o que é”; quando seus contatos com o cliente são autênticos, sem máscara nem fachada, onde se expressa abertamente os sentimentos e atitudes que invadem seu interior neste momento preciso.

A congruência do Terapeuta Holístico vai, de uma certa maneira, autorizar a do cliente. O profissional oferece um espelho de possíveis efeitos que podem provocar a atitude e o comportamento do Cliente numa relação interpessoal onde a integridade e o profissionalismo do(a) aconselhador(a) dão uma garantia que este (a) não está colocando na relação suas próprias neuroses. Muitas vezes, isto favorece ao Cliente,entrar em contato com seus próprios sentimentos.

Perguntas que o Terapeuta Holístico pode se fazer:

Será que me expresso de maneira a comunicar ao outro a minha imagem ?

Como posso distinguir minhas próprias reações das dos outros ?

Como posso permitir a uma outra pessoa que ela possa perceber o que eu sou e me aceitar como tal ?

Reflexões:

Se posso me mostrar tal como sou, se posso reconhecer e aceitar meus próprios sentimentos, posso então favorecer, ao outro, o crescimento e o seu desenvolvimento.

Se posso permitir que o outro descubra certos aspectos de minha personalidade, que ele de toda maneira se apercebeu, ele poderá se aceitar melhor.

3. Bases do aconselhamento: TÉCNICAS

3.1 Questão aberta

Esta é uma técnica muitas vezes usada para recolher informações ou esclarecimentos sobre um ponto preciso. Em princípio, as questões utilizadas pelo(a)s aconselhadore(a)s são “questões abertas” necessitando de uma resposta mais longa que um simples “sim” ou “não”.

As questões abertas encorajam os Clientes a compartilhar seus pontos de vista com o(a) aconselhador(a). Responsabilizam o aconselhado, durante a entrevista e lhe permitem explorar por ele mesmo as atitudes, os sentimentos, os valores e os comportamentos sem ser influenciado pelo universo de referência do(a) aconselhador(a).

O(A) aconselhador(a), através de suas perguntas deve, essencialmente, ser guiado(a) pelo desejo de compreender e ajudar e não pelo único desejo de ser informado(a). A maneira de questionar é determinante, a forma e o tom devem ser o mais distante possível de toda forma parecendo ou lembrando uma inquisição ou um interrogatório.

Como fazer?

A melhor maneira de praticar uma técnica de Questão aberta é a de focalizar as expressões que são “lugar comum” e que aparecem durante a entrevista considerando que tudo deve ser sujeito de descrição. Por exemplo, uma frase simples como : “estou triste “, é uma expressão “lugar comum ” que necessita de ser descrita de maneira mais detalhada porque cada pessoa tem sua própria definição da tristeza. É possível então, por uma simples questão aberta, tentar focalizar mais precisamente o que a pessoa sente realmente (Seria possível me dizer o que sente exatamente quando está triste ? No que pensa nestes momentos ? etc.).

3.2 Reformulação dos conteúdos

A reformulação do conteúdo nos permite verificar se compreendemos bem o que a pessoa queria nos dizer, o que permite re-focalizar a entrevista quando esta parece tomar várias direções ao mesmo tempo. A capacidade de reformar o que o outro acabou de expressar constitui o primeiro nível na aprendizagem da escuta.

A reformulação tem os seguintes objetivos:

Permitir ao profissional verificar seu nível de percepção, para estar certo que ele compreende bem o que a pessoa está lhe descrevendo;

Fazer a pessoa entender que ela está realmente sendo escutada;

Concretizar as observações e os comentários da pessoa retomando o que ela disse de uma maneira mais concisa.

3.3 Esclarecimento (Clarificação)

O “esclarecimento” consiste em tornar mais claro certos aspectos evocados durante a entrevista.

Tem como objetivo aumentar a capacidade de análise e de verbalização do cliente no que concerne às situações, eventos ou sentimentos.

Exemplo:

“Você disse que estava decepcionado. Como assim, decepcionado ?”

3.4 Focalização

A “focalização” tem como objetivo estimular o processo exploratório e facilitar a resolução de problemas.

As funções da focalização:

Desencadear a expressão de uma emoção mais profunda;

Encontrar a origem de um sentimento;

Permitir a pessoa de se reapropriar de seu problema;

Facilitar a resolução de problemas.

Exemplos de perguntas facilitando a focalização :

Poderia tentar me dizer ou imaginar de quem tem raiva?

O que tem vontade de dizer para esta pessoa? Se ela estivesse aqui conosco, o que lhe diria ?

Como poderia lhe dizer o que sente?

Como pensa que as pessoas à sua volta vão reagir?

O que deduz disto tudo?

O que vai fazer de tudo que acabou de aprender de si mesmo?

Como vê a solução do seu problema?

O que esta solução supõe?

Como se sente diante deste novo problema?

3.5 Confrontação

A confrontação consiste em fazer com que a pessoa descubra seu grau de implicação ou de contradição em uma situação e tem como objetivo ajudar e esclarecer.

A confrontação exige do profissional uma grande confiança na sua capacidade de ajudar e também da pessoa ou do grupo de progredir. A confrontação é uma potente “alavanca” propulsora do crescimento das pessoas e do grupo.

Exemplo:

“A senhora me diz se sentir livre para tomar esta decisão, mas antes estava dizendo que com ela nunca se sentiu realmente à vontade. Será que poderíamos voltar a este sentimento e examinar os meios que temos para tomar esta decisão?”

3.6 Os silêncios

O aparecimento de momentos silenciosos é em geral favorável ao processo do aconselhamento, com a exceção daqueles que acontecem no momento das primeiras entrevistas e que podem revelar o medo e o desconforto do Cliente ou do(a) aconselhador(a), ligados ao encontro.

A maior parte do(a)s aconselhadore(a)s ficam em silêncio quando este vem do Cliente e intervém em função do lugar deste na entrevista e do que eles percebem como sendo uma necessidade do outro. O silêncio favorece o começo da relação da pessoa com ela mesma. Será um momento de elaboração importante se puder ser vivido na presença de uma outra pessoa.

Ele favorece a autoconscientização e faz descobrir uma outra forma de presença no mundo.

Tipos de silêncio:

A pausa depois da expressão de um sentimento;

A passagem de um tema a um outro;

A pausa contemplativa;

A pausa dolorosa;

De timidez;

A necessidade de apoio;

Depois da descoberta.

3.7 Técnica do reflexo

A técnica do reflexo dos sentimentos é uma tentativa de compreensão do ponto de vista do Cliente. Consiste em comunicar a este o que se percebe de suas emoções e sentimentos no momento presente ou o que diz ter vivenciado durante as situações evocadas durante a entrevista. Isto necessita que aquele que pratica esta técnica se concentre não somente no que a pessoa diz, mas também na maneira como ela diz.

O “reflexo” dos sentimentos é um meio e não um fim. Esta técnica não serve apenas para trazer à tona o que foi vivenciado mas, também, para evidenciar um certo número de problemas. O papel do profissional de aconselhamento consiste em funcionar como um espelho. Esta atitude aumenta a capacidade de compreensão do cliente sobre si mesmo.

Existem numerosos casos de má utilização desta técnica. A mais comum delas consiste em acreditar que a expressão e a identificação dos sentimentos e emoções possuem, por elas mesmas, um valor terapêutico, às vezes mesmo, de transformá-la em técnica principal. No aconselhamento as coisas não funcionam assim, e a eficácia da técnica do reflexo reside essencialmente no fato de que a expressão dos sentimentos é um meio e não um fim. É importante que o Cliente se dê conta por ele mesmo (para conduzir sua vida), não só do interesse que pode existir no fato de expressar seus sentimentos, em certas situações, mas, também no interesse que pode existir no fato de conhecer e confiar nestes quando está diante das pessoas e das situações.

A expressão dos sentimentos negativos ou hostis em uma relação e em um clima de aceitação tem habitualmente o efeito de desarmar os “acting out” (forte transferência, não devidamente analisada, que se traduz em ações reflexas por parte do Cliente). Sentir-se compreendido e aceito é um elemento importante em aconselhamento mas, em hipótese alguma, o trabalho do(a) aconselhador(a) deve ser reduzido a esta técnica.

O trabalho de formulação é muito importante, porque ele ajuda as pessoas a descobrir e ter confiança no que sentem e vivenciam.

Funções do reflexo:

Permitir a pessoa a se abrir ao que um determinado sentimento ou emoção lhe indica (por exemplo: o medo indica a existência de ameaça; a tristeza indica a existência de uma “ferida”, a raiva pode indicar a existência de um empecilho);

Ajudar a pessoa a reconhecer o sentimento expresso;

Verificar que houve uma boa compreensão;

Permitir que a pessoa tenha acesso (em seguida) a uma emoção subentendida.

4. Indo Além do Aconselhamento: Outras Técnicas Psicoterápicas

Uma vez bem compreendido e exercitado o Aconselhamento, estará facilitado o caminho para a inclusão de outras formas de Psicoterapia. Na sequência, abordaremos duas opções complementares:

4.1 Análise de Sonhos

Um dos grandes indícios do bom andamento do processo terapêutico é o emergir constante de sonhos significativos. O sonho é parte natural do psiquismo, veículo e criador de Símbolos (melhor expressão possível para designar algo desconhecido ou incapaz de ser descrito por palavras). Contribuem no processo de individuação (percepção consciente da realidade psíquica única de um indivíduo, incluindo forças e limitações; leva à constatação de que o centro regulador da personalidade transcende o ego). Tratados com a devida atenção, ampliarão nosso autoconhecimento, trazendo subsídios para uma vida melhor.

Há milênios o material onírico é visto como um contato com o transcendente (algo além dos limites da personalidade), por isso recorriam aos antecessores dos Terapeutas Holísticos para interpretá-los, ou, ainda, para evocá-los como orientação para a vida, por meio de rituais sagrados. Podemos observar em diversas passagens do Nei Ching, milenar tratado terapêutico chinês, a importância dos sonhos para a avaliação psicofísica. Para os índios norte-americanos, os sonhos estabelecem a escolha dos xamãs; deles provém a terapêutica, o nome que se dará às crianças, além de orientar as mais diversas decisões. O Egito antigo atribuia aos sonhos um valor basicamente premonitório: …”o deus criou os sonhos para mostrar o caminho aos homens, quando esses não podem ver o futuro”… Os sacerdotes interpretavam nos templos os símbolos oníricos de acordo com as “chaves” transmitidas de era em era, além de utilizarem de um recurso chamado “o sono sagrado”, onde a pessoa era colocada em estado de relaxamento e a sua imaginação era dirigida, provocando uma espécie de “sonho acordado”, muito semelhante à técnica que o autor destes textos pratica em meu consultório. Mais recentemente, a partir de Freud, a interpretação dos sonhos tenta adquirir um padrão “científico”. Para ele, o sonho é expressão ou a realização de um desejo reprimido, “a interpretação dos sonhos é a estrada principal para se chegar ao conhecimento da alma”. Após Jung, a tendência é tê-lo como uma compensação da visão limitada do ego (complexo central da consciência) vígil, uma “auto-representação espontânea e simbólica da situação atual do inconsciente” . O sonho seria, assim, um processo psíquico regulador, semelhante aos fenômenos compensatórios do funcionamento corporal.

A interpretação do sonho, assim como a decifração de seus símbolos, não é apenas resposta a uma curiosidade: leva a um nível superior as relações entre o consciente e o inconsciente e aperfeiçoam suas redes de comunicação. Uma das regras para trabalhar os sonhos é não avaliá-los isoladamente. É necessário conhecer vários sonhos da pessoa, ocorridos tanto em datas próximas, quanto de outras épocas, além de, é claro, conhecer a história do sonhador, a idéia que tem de si mesmo e de sua situação, o ambiente em que ele age e como este reage nele… 

Cada sonho faz parte de um conjunto imaginativo; é como uma cena de um grande romance de infinitos atos. Apesar de sua aparente descontinuidade, cada um pode ter íntima correlação com os demais.

Um dos recursos que podemos utilizar é o das associações, onde o sonhador é instigado a expressar tudo o que as imagens, os objetos, as palavras, os atos, etc., de seu sonho, tomadas em grupo ou isoladamente, evocam nele, podendo assim, surgir conexões entre diversos fatores que estavam apenas latentes, manifestando laços emotivos e imaginativos insuspeitos, a princípio. Apesar da importância deste recurso, é comum uma provável interferência do racional no livre fluxo das associações. Por isso, é necessária a devida cautela na avaliação do material “espontâneo” que aflora. Um modo de dinamizar e contornar resistências do racional às associações é a “dramatização”, onde a pessoa “encarna”, um a um, os personagens e imagens do sonho, passando a responder a perguntas do Terapeuta Holístico como se fosse realmente a figura “incorporada”. Outra ferramenta de interpretação é a “ampliação” do sonho, onde se é estimulado para “prolongar” o sonho, completando-o, dando-lhe continuidade às cenas, dirigindo-o, assim, até que se esclareça o sentido do sonho. Outra forma de “ampliação” é aquela em que o intérprete recorre, com a devida prudência, a paralelos históricos, mitológicos, etnológicos, retirados tanto do folclore, como da história das religiões e tradições, relacionando o sonho ao patrimônio psíquico e humano geral, extraindo das imagens e idéias arquetípicas (padrões universais que constituem o conteúdo básico das religiões, mitologias, lendas, etc.), os subsídios para a interpretação.

Ninguém melhor que o próprio sonhador para interpretar seu sonho, já que “ele é o autor, o ator, a cena, o diretor, o público e o crítico”. O mesmo se aplica aos sintomas e às enfermidades, que podem e devem ser submetidos aos mesmos processos e técnicas com que trabalhamos os sonhos. Compete ao Terapeuta Holístico catalisar o processo, dando apoio ao Cliente, dirigindo suas associações, facilitando-as não só por meio de técnicas como as acima descritas, como também com o uso da Terapia Floral, de equilíbrio energético por meio da Calatonia Auricular, com a Terapia Corporal, ou técnicas similares. Aliás, com o auxílio destes recursos, todo processo psicossomatoterápico acontece com maior fluidez e rapidez, num ritmo raramente visto nos tratamentos convencionais.

4.2 Vivências

Do mesmo modo como “evocamos” os sonhos para serem trabalhados e analisados, pode-se fazer o mesmo com o corpo, interpretando tensões, zonas flácidas, partes doloridas ou sensíveis. Um “massoterapeuta” convencional, perante situações como estas, trataria apenas de relaxar as partes tensas e enrijecer as flácidas. Já um profissional pleno, um Terapeuta Holístico, avaliaria estes dados como uma “lingüagem corporal”, uma mensagem para ser decifrada e compreendida, tal qual o sonho: uma oportunidade de contato com o inconsciente. Separar o psíquico do corpo é impossível, já que ambos, na realidade, são um só, um continuum. Todo o material psíquico que tentamos manter longe de nossa consciência, corporifica, somatiza. Ou seja, o inconsciente individual é corporal. Quanto mais reprimido, quanto mais “pesado” , quanto maior o esforço para negar certos desejos e lembranças, maior será o grau de somatização, sendo esta a profunda e verdadeira causa das enfermidades. O único modo de realmente alguém se Harmonizar é através do autoconhecimento. Quanto mais material psíquico reprimido aflorar à consciência, mais e mais se revertem as somatizações. Metaforicamente, podemos dizer que fazemos parte de e que somos um Holograma Universal, onde tudo está intimamente ligado entre si, nada ocorrendo ao acaso. Microcosmos que somos, nossas energias formam um holograma onde toda e qualquer informação psíquica/física se encontra acessível em qualquer parte de nosso ser. Entretanto, decorrente do aprendizado de nossa espécie, ocorreram “especializações” funcionais, “desenhando-se” no holograma certos “caminhos” bioenergéticos pelos quais as informações circulam com maior facilidade e, até mesmo, com uma certa “tendência” a determinadas emoções-informações-energia específicas percorrerem, também, partes do corpo em particular. “Mapeando” esta tendência é que surgiram as teorias milenares dos Cinco Movimentos e dos “meridianos” de Acupuntura, na China milenar, e os “chacras” na Índia. Ao bloquearmos, consciente ou inconscientemente, as informações psíquicas, igualmente bloqueamos as informações biológicas, prejudicando nossa capacidade de auto-equilíbrio, predispondo-nos às somatizações. 

Ao reequilibrarmos a “circulação” energética, indicamos à “circulação” das informações psíquicas, ocorrendo os chamados “insights” (“flashs”, lampejos de uma consciência maior). Uma vez aflorando à consciência estas informações e que estas venham acompanhadas de suas respectivas emoções (ex-movere = mover para fora), aí sim haverá uma verdadeira mobilização, uma chance de uma mudança na vida da pessoa. À medida em que “digerir”, compreender e assimilar o material aflorado, somente aí é que ocorrerá o verdadeiro “equilíbrio energético”. O desconhecimento dos profissionais de hoje destes fatores que sempre foram as bases das Terapias Milenares tem feito com que se contentem unicamente com a remissão dos sintomas, o que não significa uma solução em si. Acaba ocorrendo, isto sim, um simples adiamento ou desvio do desequilíbrio, que voltará a se manifestar no mesmo local ou desviará para outra parte do organismo. Contudo, quando o Cliente realmente aprende mais sobre si durante o procedimento, o que se constata é uma verdadeira transmutação do desequilíbrio (que simplesmente deixa de manifestar-se, ou minimiza..) em autoconhecimento.

Resultados:

Os anos de 1982 a 1989, época em que o autor atuou sob o paradigma reducionista-mecanicista com Hipnose, Acupuntura, Auriculoterapia, Shiatsu e similares, comparados com o período pós 1990, quando inclui-se as abordagens psicoterápicas que possuem o Aconselhamento e demais abordagens Psicoterápicas como pontos essenciais, apresentam uma receptividade por perfis diferentes de Clientes, bem como resultados quantitativos e qualitativos díspares.

A fase mecanicista atraia Clientes de uma vasta gama de idades, ambos os sexos em igualdade e das mais variadas classes sociais, queixando-se basicamente de sintomas físicos, via de regra, já em tratamento médico e que permaneciam em atendimento semanal até a remissão da sintomática, em média, de um a dois meses. Uma vez que a proposta terapêutica limitava-se a objetivos mais focados ao físico, a terapêutica era breve, resultando em alta rotatividade da clientela.

Nos anos 90 e seguintes, onde se incluiu o Aconselhamento e demais técnicas Psicoterápicas, a proposta de trabalho ampliou-se para critérios subjetivos, tais como incremento do autoconhecimento e qualidade de vida. O perfil da clientela igualmente mudou, com predominância do sexo feminino, idade adulta, classe social alta e média alta, queixas físicas, emocionais, existenciais em igualdade e que permaneciam em atendimento semanal por longos períodos de tempo, variando de 3 a 5 anos, resultando num mínimo de rotatividade.

Discussão:

O longo período histórico em que a abordagem Holística na terapia foi duramente perseguida, culminou na perda da identidade dos profissionais da área, que passaram a “imitar” o modo de agir de OUTRAS atividades estabelecidas, em especial, a classe médica, herdando destes o modo impessoal de interagir com o Cliente, seu linguajar e até os uniformes. Como parte da herança, tanto profissionais, quanto a clientela, contentavam-se com o simples alívio dos sintomas incômodos, encerrando de forma breve o vínculo, o qual, por si só, mantinha-se na superficialidade. Desta forma, tanto Médicos, quanto Terapeutas Holísticos, disputavam o mesmo mercado e também compartilhavam a crescente insatisfação profissional, dependente cada vez mais da quantidade de atendimentos para se atingir a justa gratificação pessoal e financeira.

Com o crescente resgate e revalorização das tradições milenares, a Terapia Holística se dá conta de que a abordagem puramente somática e reducionista lhe é insuficiente. Assim sendo, a conversação, a análise de sonhos, a interpretação das sincronicidades entre sintomas, acontecimentos da vida, os anseios transpessoais de evolução dos Clientes, enfim, um enfoque bem mais SUBJETIVO foi reintegrado ao atendimento. Este DIFERENCIAL, na verdade, uma retomada das raízes da profissão, resulta em que o público alvo deixa de ser o mesmo da medicina, e o vínculo terapêutico se torna muito mais profundo e duradouro. Desta forma, a GRATIFICAÇÃO (em todos os sentidos) origina-se da QUALIDADE da relação. Uma vez que a proposta não mais se limita à remissão de sintomas incômodos, ela se abre ao infinito, já que o autoconhecimento é um caminho contínuo e a qualidade de vida sempre pode ser ampliada, independente do estado em que se encontra o Cliente.

Tal movimento de resgate da Terapia Holística como ARTE é relativamente recente e se depara com o despreparo de muitas escolas, que esquecem de ensinar os fundamentos, no caso, o ACONSELHAMENTO, e que, contudo, ofertam em separado técnicas mais complexas, tais como Regressão/Progressão, Vivências Catárticas, resultando em pouco aproveitamento do potencial destes recursos.

Em contraponto, o Brasil apresenta-se pioneiro na (R)evolução da Terapia Holística, coordenando-se por meio do CRT – Conselho de Auto Regulamentação da Terapia Holística, em seus contínuos esforços para o aperfeiçoamento dos materiais didáticos disponíveis, simultaneamente ao estímulo de novos talentos, dispondo-lhes  oportunidades para exposição e publicação de seus trabalhos. Objetivando a democratização do acesso à boa informação, destaca-se o trabalho da Comunidade de Estudos Avançados em Terapia Holística, que inclui o Aconselhamento como disciplina obrigatória em todos os seus cursos, além de ministrar aulas pelo método EAD – Ensino à Distância, propiciando aprendizado independente da localidade em que o interessado estiver.

Cabe à categoria profissional vencer a inércia, unir-se e apoiar intensamente estas iniciativas.

Conclusões:

A somatória das técnicas de abordagens somáticas com as de enfoque psíquico resultam em algo maior que a soma das partes. Bem integradas, constituem a essência da Terapia Holística e em Clientes e Profissionais vivenciando uma relação terapêutica mais profunda e GRATIFICANTE.

O Aconselhamento, cujo aprendizado é relativamente simples e intuitivo, em especial para quem exerce outras formas de Terapia, é de fácil integração às demais técnicas já adotadas em consultório. Tamanhos são os ganhos tanto para a Clientela, quanto ao Terapeuta Holístico, ampliando exponencialmente o leque de atuação, que este é um caminho obrigatório a qualquer profissional que deseje maximizar seus potenciais e sua realização na carreira.

Bem fundamentado nas técnicas de Aconselhamento, o Terapeuta Holístico mais facilmente pode diversificar, acrescentando outras formas de Psicoterapia ao seu currículo, tais como a Psicanálise Reichiana e Junguiana e a Terapia Transpessoal (que inclui regressão, progressão, vivências, etc…).

Considerando que a gratificação inclui parâmetros subjetivos, é impossível quantificar-se o ganho que se obtém ao enfatizar a abordagem psicoterápica aos consultórios. Do ponto de vista meramente financeiro, o mercado certamente valoriza crescentemente aos profissionais que integram abordagens corporais às psíquicas. Quanto ao incremento na satisfação pessoal e profissional, por serem ganhos QUALITATIVOS, só existe um modo de constatar: VIVENCIANDO… E o trabalho aqui apresentado convida a todos a experienciar esta proposta.

Anexos e Apêndices:

PLANILHA – RESUMO: ACONSELHAMENTO

ATITUDES

Escutar – Receptividade total ao que o Cliente transmite verbalmente e corporalmente

Aceitar – Aceitação do Cliente como ele é, como diz que se sente, contribuindo com sua auto-estima

Ausência de Julgamento – Jamais julgar, nem a favor, nem contra

Empatia – Compreender o ponto de vista do Cliente sem tentar transformá-lo

Congruência – Sinceridade e coerência na relação com o Cliente

TÉCNICAS

Questão aberta Identificar expressões tipo “lugar comum” e estimular ao Cliente que aprofunde o tema, focalizando mais especificamente o que realmente sente.

Reformulação dos conteúdos – Verbalizar, resumidamente, as observações e os comentários do Cliente, retomando o que ele disse de uma maneira mais concisa, para melhor compreensão e também para que fique claro que realmente o está escutando.

Clarificação – Retomar certos tópicos da consulta, solicitando ao Cliente que os esclareça mais profundamente, objetivando ampliar a capacidade do mesmo em compreender tais situações, eventos, emoções.

Focalização – Focar a conversação sobre um único tópico em destaque, estimulando o Cliente a contatar mais profundamente a emoção e as origens do problema

Confrontação – Pontuar, sem julgar, algumas contradições nos relatos do Cliente, ajudando-o a repensar o assunto.

Silêncios – Detectar e respeitar as pausas do Cliente que se originam depois da expressão de emoções, de insights, de auto-reflexão, permanecendo receptivo

Espelhamento – Demonstrar sua compreensão do ponto de vista do Cliente, comunicando-o quanto às emoções detectadas no atendimento, fazendo-se de “espelho”, facilitando-lhe a sua capacidade de auto-compreensão.

Referências:

“O Corpo Fala” – Pierre Weil e Roland Tompakow – Editora Vozes;

“Counseling, Santé et Développement” em www.counselingvih.org;

“Florais de Bach – Uma Visão Mitológia, Etimológica e Arquetípica” – Henrique Vieira Filho – Editora Pensamento;

“Jung e Reich – O Corpo Como Sombra” – Jonh P. Conger – Summus Editorial;

“O Microcosmo Sagrado” – 2a Edição – Henrique Vieira Filho – SinteBooks;

“Orgônio, Reich e Eros” – W. Edward Mann – Summus Editorial;

“O Processo de Aconselhamento” – Paterson / Einsenberg – Martins Fontes 1988;

“Teorias da Personalidade em Freud, Reich e Jung” – Reis, Magalhães e Gonçalves – EPU – Editora Pedagógica e Universitária Ltda;

“Tutorial Terapia Holística” – Henrique Vieira Filho – SinteBooks.

“Interpretação dos Sonhos: Ed. Comemorativa – 100 Anos” – Sigmudn Freud – Editora: Imago;

“Psicoterapia Holística” – – Henrique Vieira Filho – SinteBooks;

“Dicionário de Símbolos – Mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números” – Jean Chevalier, Alain Gheerbrant – Editora: José Olympio

Autoconhecimento - Modelo: Rilda - Arte Digital: Henrique Vieira Filho Previous post Holopuntura Unida À Radiestesia e Radiônica
Next post 70a Edição da Revista TH